Filosofia africana
A expressão µfilosofia africanaµ pode parecer estranha para muitos, no entanto, o povo africano filosofa, tem ´cabeça filosóficaµ. Senão vejamos: Metafisicamente falando, os africanos possuem palavras e termos que remetem à ideia, a conceitos ontológicos, tais como, em Iorubá (língua africana): ´niµ significa ser, µmõµ significa conhecer, µofifoµ significa o nada.Em Banto (outra língua africana): ´ntuµ expressa a ideia de ser. A partir do conceito de ser (ntu), a cultura bantu deriva quatro categorias de tudo o que se pode conhecer: 1. ´muntuµ conceitua o ser-de-inteligência (o ser humano); 2. ´kintuµ significa o ser-sem-inteligência (as coisas); 3. ´hantuµ expressa o ser-localizador (lugar-tempo); 4. O ser-modal (modificação do ser). Além dessas quatro categorias, na filosofia africana, especificamente a filosofia bantu, são de suma importância estes conceitos: unificação de lugar e tempo, distinção entre o existir e o viver Os bantu (etnia africana) chegam à ideia de que lugar e tempo são concomitantes, baseados na localização dos existentes, uma vez que ´qualquer existente, assim que surge, supõe necessariamente o antes e o depoisµ. Ao lado disso, a diferença entre o existir e o viver se faz, na filosofia bantu, da seguinte forma: o existir é abrangente, geral, universal;