Filosofia 3º período 10º ano
Há uma idade apropriada para aprender filosofia, estando os psicólogos de acordo quanto a considerar a adolescência como a idade filosófica por excelência. Com efeito, o pensamento atinge nesta fase um desenvolvimento considerável, possibilitando a manifestação no jovem de dois aspetos inéditos:
Competências intelectuais que lhe permitem analisar criticamente as coisas e, bem assim, as ideias com que depara no convívio com que depara no convívio com os outros.
Deste modo, o que os pais pensam e dizem, o que a sociedade considera ser mais correto e mais justo é aceite pela maioria das crianças, que se submetem sem hesitação aos ditames dos mais velhos. De modo diverso se comporta o adolescente. Dando vazão à capacidade crítica que sente ganhar corpo em si, o jovem oferece resistência à autoridade dos adultos, pondo em causa o passado, as normas e os valores seguidos até então. Consciente das suas novas competências cognitivas, o adolescente sente-se apto a viver segundo as próprias ideias, pretendendo reconstruir o mundo em função de parâmetros pessoalmente escolhidos.
Motivação para pensar em temas que antigamente não lhe suscitavam interesse especial.
Assim, põem-se agora com particular pertinência problemas relacionados com o sentido do homem e da vida, com a sociedade e a política, com a justiça e a violência, com a arte e a religião, com a ciência e as ideologias, constituindo-se como terreno propício ao exercício das suas capacidades questionadoras e argumentativas.
Propiciando o debate de questões sobre a existência, a justiça, a liberdade, a ação humana, o preconceito, a arte, a religião e outros assuntos, a disciplina de filosofia vai de encontro às disponibilidades dos adolescentes para o exercício do pensamento reflexivo e crítico.
A adolescência não corresponde, pois, apenas a uma etapa de crescimento e transformações orgânicas, mas também um período de