Filosofia 2 Ano
12 – O nome de teoria hilemórfica (de duas palavras gregas que significam matéria e forma) foi dado à doutrina, proposta inicialmente por ARISTÓTELES, que define a essência dos corpos como resultante da união de dois princípios chamados matéria e forma.
1. Matéria e forma.
a) Noção. Os corpos comporiam a matéria, que é uniu matéria determinadas a matéria do corpo humano difere da de uma pedra ou da do ar. Mas de onde vem a diferença que existe entre estas diversas matérias? Não vem da própria matéria como tal, pois vemos que esta é suscetível de todas as transformações, em virtude de uma espécie de inércia, ou plasticidade que lhe ê própria. A diferença deve então provir de um outro princípio que se chama a forma substancial e que, apropriando-se da matéria indeterminada (ou prima), faz com que seja tal matéria (matéria segunda: corpo humano, pedra, vegetal). O corpo, como tal, tem então dois princípios constitutivos intrínsecos: a matéria primeira e a forma substancial (assim chamada porque, por sua união, com a matéria, constitui uma substância corporal determinada).
b) A matéria e a forma como potência e ato. Desta análise, vê-se, ao mesmo tempo, recorrendo-se às noções dadas acima (73) sobre o ato e a potência, que a matéria-prima é potência e pura potência, quer dizer, capaz de converter-se em qualquer corpo, graças a sua absoluta indeterminação original. Por sua vez, a forma substancial é ato, porquanto é por ela que a matéria se torna tal corpo. E por isto que se diz que a forma ê ato da matéria. Assim, a alma racional (forma substancial) é o ato que faz da matéria-prima um corpo humano.
c) A matéria e a forma como princípios de ser. É preciso bem compreender que a matéria-prima não existe e não pode existir como tal. Toda matéria real é matéria segunda, quer dizer, determinada por uma forma substancial. Do mesmo modo, a forma, .substancial (salvo o caso da alma humana, como se verá em Psicologia) não existe e não subsiste sem matéria.