filosofando
As prisões que conhecemos hoje são caracterizadas por lugares onde entram criminosos para cumprir certo tempo de privação de liberdade para assim “corrigirem um ato ilegal” (OTONI, BANDEIRA e PACHECO, 2012). Mas nem sempre foi assim.
Na Antiguidade e na Idade Média se desconhecia a pena de privação de liberdade, a punição ocorria da seguinte forma: eram aplicados sobre o corpo diversos atos extremamente violentos e dolorosos, os condenados sofriam tortura, sofrimento e humilhação. Ao longo dos anos as duras penas aplicadas ao corpo deixaram de ser o alvo principal da repressão penal (MAGNABOSCO,1998; FOUCAULT,1987).
Por volta do século XVI e XVII a Europa é tomada por uma onda de violência provocada pela pobreza que abateu o continente. Foi durante essa época que começava a se perceber que aquela forma de punição já não estava sendo mais adequada e pensava-se em adotar outra forma de punição (MAGNABOSCO,1998).
Durante o século XVIII o capitalismo começa a ganhar força e se instaura rapidamente no cenário econômico e é ele que começa a clamar pelo controle das populações tidas como criminosas. Com o amplo desenvolvimento do capitalismo, ele passa a participar do surgimento dos meios de vigilância e controle da sociedade. Os indivíduos passam a estar ligados diretamente com a riqueza, desse modo torna-se necessário protegê-la. Pode-se dizer então que a prisão é resultado do modelo capitalista, “o século XIX assistiu ao desenvolvimento paulatino da prisão e ao expansionismo do modo de produção capitalista” (SILVA, 2009, pág.120).
De acordo com Foucault (1987) a penalidade de detenção surgiu somente final do século XVIII e inicio do século XIX, privar o sujeito da sua liberdade que é considerada um bem que pertence a todos da mesma maneira, pareceu à melhor forma de punição a se aplicar. As primeiras penitenciárias surgiram no fim do século XVIII. Na Filadélfia as prisões funcionavam sob o regime de reclusão total e os presos