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Um jornalista na corrida de chapéus
As corridas de cavalos de Ascot reúnem três coisas muito caras aos ingleses: a obsessão pelas apostas, a adoração por rituais cerimoniosos e a reverência pelas tradições da realeza. Passam por ali todos os anos entre 300 mil e meio milhão de pessoas e, para um inglês, ir a Ascot é daquelas coisas que todos acham que têm de fazer pelo menos uma vez na vida. Apesar de não ser inglês, este ano fui um dos espectadores do terceiro dia de corridas, baptizado oficialmente como o Golden Cup Day, mas que toda a gente conhece por Ladys Day desde que um poeta anónimo, em 1823, se referiu à data como o dia “em que as mulheres como anjos, são docemente divinas”.
Para dizer a verdade, o Dia das Senhoras em Ascot é muito mais uma festa social […] do que propriamente uma corrida de cavalos. As senhoras vão aos roupeiros buscar o melhor vestido e ensaiam combinações arrojadas com chapéus excêntricos, sapatos de salto alto e malas muito chiques. Os gentlemen têm a vida mais facilitada porque a indumentária oficial Royal Enclosure não dá margem para grandes inovações: fraque escuro (preto ou cinza), calças e colete a condizer e, claro, o chapéu alto que ali é uma espécie de etiqueta para os “verdadeiros” cavalheiros. in http://www.dn.pt/inicio/interior.aspx?content_id=660346
(consult. 2011-01-27) (com supressões) 148 Era um dia quente, azul-ferrete, com um desses rutilantes sóis que inflamam as pedras da rua, douram a poeira baça do ar, põem