Filmes radiograficos
A Mamografia é provavelmente o procedimento diagnóstico pôr imagem que mais cresceu, quantitativamente e qualitativamente. Hoje podemos observar serviços de investigação mamária em pequenas localidades, coisa que não era comum há muito pouco tempo.
Isto faz lembrar os primeiros contatos com a especialidade. Foi em 1973, ano que fui admitido como residente no Hospital Servidor Público Estado de São Paulo. Escolhi estes hospital pôr que na época era o melhor Serviço de Radiologia em São Paulo. Existia entre outros equipamentos, uma estrutura de ensino de angiografia, coisa que fazia brilhar os meus olhos.
Naquela época se realizavam as últimas mamografias na mesa convencional de radiologia. Estava sendo deixada para trás um pouco da história.
A mamografia era feita com a paciente deitada em decúbito lateral oblíquo com a mama apoiada sobre o chassis. O filme usado era um filme muito sensível, e o tubo de RX tinha o ânodo, bem como o filtro, alterados para produzir uma radiação "mole" e de melhor qualidade.
Não tive muita vivência com este método porque no primeiro mês de residência o Hospital inaugurava um dos primeiros "senógrafos" instalados no Brasil. E logo foram feitas divisões em setores, e eu, juntamente com a dra. Rejane de Mogi das Cruzes, fomos indicados como responsáveis pela mamografia, onde seríamos orientados pelo dr. Alberto Mendes.
Inicialmente foi difícil admitir este novo método radiológico, pois não havia infra-estrutura em torno dele. Devo afirmar que além do dr. Alberto Mendes, foi o patologista dr. Gianotti , com suas pesquisas de microcalcificações, um inocente achado mamográfico, que me alertou que poderiam resultar em diagnósticos precoces de câncer de mama.
E ainda mais brilhante foi o dr. Carlos Eduardo Vallim Telles, "o Telles", diretor do Serviço de Radiologia do HSPE. Ele "enxergava longe" e me aconselhou inúmeras vezes: "este é um exame de futuro".