Filmes Infantis Como M Quinas De Ensinar
GT : Educação e Comunicação
Ruth Sabat – UFRGS
CNPq
Neste ensaio apresento alguns resultados de uma pesquisa na qual trato a heterossexualidade como algo não-natural e sim como uma condição que é construída culturalmente; por esse motivo, é necessário que
diferentes
mecanismos
sejam
utilizados
constantemente, na tentativa de garantir a heterossexualidade como a sexualidade normativa. Em meio a tantos mecanismos, escolhi como corpus da pesquisa os seguintes filmes longa-metragem infantis de animação dos estúdios Disney: A pequena sereia, A Bela e a Fera, O rei leão e Mulan.
Considerando a enorme penetração que estes artefatos culturais têm tido no mundo contemporâneo, principalmente no diaa-dia das crianças, afirmo que eles se constituem como recursos pedagógicos de produção e transmissão de conhecimentos e saberes, e fazem parte de um amplo e eficiente currículo cultural.
Dentre as possíveis estratégias utilizadas para reafirmar a heteronormatividade, interessam-me
aqui
os
enunciados
performativos que são repetidos nos filmes infantis, de modo a produzir identidades
heterossexualidade hegemônica não
de
como é gênero norma. perseguida
e
sexuais
Acredito apenas que
através
reafirmando
a
a
identidade
da
constante
apresentação do mesmo, mas também (e, talvez, principalmente) é reafirmada através da produção do estranho, do monstro, do abjeto, que funcionam, nesse contexto, como parâmetros de normalidade, como modos de garantir as normas regulatórias.
A partir do campo dos Estudos Culturais tenho como objetivo examinar os filmes infantis como uma das instâncias de reiteração da heteronormatividade. Devo dizer que por heteronormatividade estou significando o conjunto de normas, regras, procedimentos que regula
2 e normaliza não apenas as identidades sexuais como também as identidades de gênero, estabelecendo maneiras usuais de ser, modos de comportamento, procedimentos determinados, atitudes.
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