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Inscrição em escrita maia no sítio de Naranjo, relativa ao reinado do rei Itzamnaaj K'awil, 784-810.
A escrita maia consistia num conjunto de glifos altamente elaborados que eram laboriosamente pintados em cerâmica, paredes ou códices de papel, gravados em madeira ou pedra, ou ainda moldados em estuque. Os glifos moldados e gravados eram pintados, mas na maioria dos casos a pintura não chegou até aos nossos dias.
Cerca de três quartos ou mais dos escritos maias podem agora ser lidos com graus variáveis de certeza, o suficiente para que se tenha uma ideia abrangente sobre a sua estrutura.
A escrita maia era um sistema logossilábico. Os símbolos individuais (glifos) podiam representar quer uma palavra (mais exactamente um morfema) ou uma sílaba; de facto, o mesmo glifo podia muitas vezes ser utilizado das duas formas. Por exemplo, o glifo calendárico MANIK’ era também usado para representar a sílaba chi. (Costuma-se escrever leituras logográficas em maiúsculas e as leituras fonéticas em itálico). É possível, mas não comprovado, que estas leituras conflituosas tenham surgido à medida que a escrita foi adaptada a novas línguas, como o que aconteceu com o kanji japonês. A ambiguidade existia igualmente no sentido inverso. Por exemplo, meia dúzia de glifos aparentemente não relacionados eram usados para escrever o muito comum pronome da terceira pessoa u-.
Em maia escrevia-se geralmente em blocos agrupados em colunas com dois blocos de largura, lidos como em seguida se explica:
As inscrições maias eram na maioria das vezes escritas em colunas com dois glifos de largura , com cada coluna a ser lida da esquerda para a direita e, e de cima para baixo.
Dentro de cada bloco os glifos eram organizados de cima para baixos e da esquerda para direita, um pouco como o que acontece com os blocos silábicos do hangul coreano. Porém, no caso maia, cada bloco tendia a corresponder a uma frase substantiva ou verbal como a sua fita verde. Além disso, os glifos eram