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O século XIX foi um século de profundas transformações, tanto no campo das ciências humanas quanto no campo das ciências naturais. Foi neste século que nasceu o anarquismo. O anarquismo em suas origens, aspirações, em seus métodos de luta, não está necessariamente ligado a qualquer sistema filosófico.
O anarquismo nasceu da revolta moral contra as injustiças sociais. Quando apareceram homens que se sentiram sufocados pelo ambiente social em que eram obrigados a viver, que sentiram a dor dos demais como se ela fosse a sua própria, e quando estes homens se convenceram de que boa parte do sofrimento humano não é conseqüência inevitável das leis naturais ou sobrenaturais inexoráveis, mas, ao contrário, que deriva de realidades sociais dependentes da vontade humana e que podem ser eliminados pelo esforço humano, abria-se então o caminho que deveria conduzir ao anarquismo. Era necessário encontrar as causas específicas dos males sociais e os meios corretos para destruí-las.
E quando alguns consideraram que a causa fundamental do mal era a luta entre os homens que resultava no domínio dos vencedores e a opressão e a exploração dos vencidos, e viram que este domínio dos primeiros e esta sujeição dos segundos deram origem à propriedade capitalista e ao Estado, e quando se propuseram derrubar o Estado e a propriedade, nasceu o anarquismo. De origem grega, a palavra anarquismo é a junção da palavra archon (governante, soberano) e o prefixo an (que quer dizer sem) o que significa, portanto, viver sem um governante, sem uma autoridade.
Normalmente, a palavra é confundida como o equivalente do caos e o anarquista é tomado como um homem sem princípios, que é capaz de tudo, um terrorista insensato. É claro que dentre os anarquistas houve pessoas que acabaram realizando atos de violência, mas na maioria das vezes como uma reação, uma forma de protesto, e nunca com o ímpeto belicoso de alguns dos líderes militares do passado. Na verdade, é preciso, para uma