filme
Drama. A trégua entre as famílias Breves e Ferreira, que há gerações mantêm uma sangrenta disputa pela posse de terras, está para terminar. O sangue estampado na camisa de Inácio, o filho mais velho recentemente assassinado, tornou-se amarelo, e agora cabe ao jovem Tonho vingar, sozinho, a morte do irmão. Vivendo no que restou da propriedade dos Breves, Tonho e o filho caçula, conhecido apenas como Menino, passam os dias a ajudar os pais na bolandeira, esmagando cana para fazer a rapadura que irão vender na cidade. A falta de perspectivas é alterada com a passagem de dois artistas circenses, Salustiano e Clara, que presenteiam o menino com um livro. A fantasia e o desejo de conhecer novos mundos (o mar, principalmente) entram de vez na cabeça da criança, que mesmo sem saber ler imagina as histórias sugeridas nas ilustrações, e vazam para Tonho, que apaixonou-se por Clara e, agora jurado de morte pelos Ferreira, já começa a não ver mais sentido no que o rigoroso pai chama de "honra da família", pensando em fugir com o circo.
Naquilo que se convencionou chamar "crítica especializada", não faltou quem comparasse este filme a Central do Brasil, o grande sucesso do diretor Walter Salles, e afirmasse que este era pior. Essa mesma má vontade com o sucesso alheio (que já disseram ser característica do brasileiro) também acometeu, de início, este que vos escreve. Abril Despedaçado teria um início bonito demais, com imagens de uma qualidade tal que destoaria da miséria retratada na tela. A câmera que acompanha o girar da bolandeira (que remete ao rec