Filme: O dia que durou 21 anos
Relatório sobre o teledocumentário
Língua portuguesa
RELATÓRIO SOBRE O FILME:
“O DIA QUE DUROU 21 ANOS”
“O dia que durou 21 anos”, documentário dirigido por Camilo Galli Tavares (Cidade do México, 1971), sobre a participação do governo dos Estados Unidos na preparação, desde 1962, do golpe de estado de 1964, no Brasil, tem como ponto de partida a crise provocada pela deposição do presidente Jânio Quadros, em agosto de 1961, e prossegue até o ano de 1969, com o sequestro do então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, por grupos armados. Em troca de sua libertação, 15 presos políticos são soltos e posteriormente banidos do país. Um deles, o jornalista Flávio Tavares, 27 meses depois de se radicar na Cidade do México, seria pai de Camilo, o cineasta cujo nome é uma homenagem ao padre católico e guerrilheiro colombiano Camilo Torres, morto em 1966.
Ao debater sobre o filme, discutiu-se a grande influência do governo dos Estados Unidos no Golpe de Estado no Brasil em 1964, a conspiração que resultou em uma ditadura de 21 anos (1964 a 1985). Um golpe bastante elaborado, detalhado por um plano de contingência.
A ação militar que deu início a ditadura contou com a ativa participação de agências como CIA e a própria Casa Branca. Com documentos secretos e gravações originais da época, o filme mostra como os presidentes John F. Kennedy e Lyndon Johnson se organizaram para tirar o presidente João Goulart do poder e apoiar o governo do marechal Humberto Castelo Branco. É impressionante descobrir por meio de documentos e áudios originais que os EUA desde 1961 já estavam amedrontando e convencendo a opinião pública dos norte-americanos, e na sequência, em 1962, a opinião pública brasileira de que a figura do então vice presidente João Goulart era perigosa e daninha.