Filme "a onda" e o nacionalismo
The Wave
O filme A Onda, de Dennis Gansel, conta a história de um experimento realizado pelo professor de autocracia Rainer Wenger ao se deparar com o desafio pedagógico de explicar a jovens como o povo alemão aceitou a disseminação do nazismo.
Com um líder carismático e sentimento de inclusão, os alunos do ensino médio de uma escola alemã, durante a experiência de Wenger, formam A Onda – nome dado pelos próprios membros ao movimento. A experiência é bem sucedida - apesar das conseqüências que, posteriormente, saem de controle - e até bem vista pela maioria da comunidade escolar.
Durante o experimento (inspirado em práticas e valores nazistas), os alunos passam a usar uniformes, utilizam de uma saudação característica, aceitam uma disciplina rigorosa imposta pelo seu líder e a obediência cega a este último – que se auto-intitulou logo no início.
Ao termos em vista que A Onda é um grupo nazi-fascista e que para sê-lo o nacionalismo tem de estar presente em sua essência – pois seria a forma suprema de desenvolver a comunidade, o grupo -, podemos estabelecer uma relação entre o filme e o Movimento Nacionalista. “Ah, mas como nacionalismo se não existe nação?”. Quem disse que não? Partindo do ponto de que o sentimento de nação parte de um grupo de pessoas, uma comunidade, com sentimento de união e inclusão entre si e que possuem história, língua e território em comum, A Onda é sim uma espécie de nação. Sua história: jovens que se sentem excluídos socialmente ou com sentimento de vazio interior; sua língua: o alemão; seu território: a sala de aula, a escola e até a cidade.
As reações dos alunos e as transformações ocorridas acabam apontando para as fontes sociais e mentais geradoras dos regimes políticos de extrema direita. A figura do líder – referência de autoridade – e a unidade de símbolos rituais e gestos, além de causar um sentimento de identificação, forjam uma sensação de força. Abre-se mão da