Filme Tomboy
I –Introdução
*CINEMA COMO PEDAGOGIA
*CONTRIBUIÇÕES PEDAGÓGICAS DOS FILMES
No presente trabalho examinamos o filme “Tomboy” (2011, Direção: Céline Sciamma), compreendendo-o como recurso pedagógico quando submetido a uma análise crítica como nos propusemos, e entendendo que toda produção midiática e artística carrega em si registros históricos de sua época, carregados de valores e significados de uma cultura (SETTON, s/d). Para realizar o trabalho, tomamos o tema do filme para problematizar algumas naturalizações comuns em nossa cultura. Utilizando como pano de fundo o filme “Tomboy”, que conta a história de uma menina, Laure (Zoé Héran) que não se identificava com todo o aparato relacionado ao universo feminino, e por isso construiu sua identidade masculina, pretendemos esclarecer esses paradigmas culturais que difundem uma ideia de que aquele que não se enquadra nestes “modelos” corporais e comportamentais, são considerados “estranhos”, logo, são excluídos da sociedade como forma de punição. Para a elaboração da tese, recorremos a um amplo levantamento bibliográfico da disciplina Relações de Gênero na Escola, ministrada pela Prof. Dra. Daniela Finco. Foi necessário também o aprofundamento de conceitos como “masculinidade” e “Identidade Tomboy”, o que foi por meio de pesquisas em fontes inglesas. Este estudo pretende discutir o processo de construção da identidade de gênero, especificamente a identidade Tomboy e as masculinidades. Importante separar aqui dois conceitos diferentes: o gênero biológico, que é o sexo; e o gênero psicológico, que é a construção social da identidade de gênero (SCOTT, 1995). Partindo das questões que são frequentemente apresentadas como inatas: meninos são fortes, agitados, gostam de jogar bola e de carrinho, em contrapartida às meninas, que são delicadas, calmas, gostam de brincar de roda e de bonecas. As concepções acima mencionadas aparecem para nós como portadoras de uma verdade quase inquestionável. No entanto,