filme de historia
Tendo como ponto de partida o conto Pai contra mãe, de Machado de Assis, e traçando paralelos entre histórias reais (retiradas do Arquivo Nacional), envolvendo os desmandos e abusos que marcavam as relações entre senhores e escravos, por volta de 1790, e o dia-a-dia de uma empresa patrocinadora de projetos como Informática na Periferia, Sorriso de Criança e Projeto Alegria, o filme de Bianchi descortina o quanto de corrupção e falcatruas existe nesse setor que, nas palavras de um personagem, vive de faturar em cima da permanência da miséria.
Um setor que, também segundo dados apresentados no filme, é composto por mais de 20 mil entidades que movimentam nada menos do que U$ 100 milhões por ano.
Dieta na consciência
É inegável que dentre as milhares de organizações (que, diga-se de passagem, surgiram e se proliferam devido à total ausência do Estado na área social) e os milhões de funcionários e voluntários que elas empregam, há gente e entidades honestas, mas também é impossível negar que muitos são aqueles que se utilizam de ONGs para obter altos lucros, desviar verbas públicas, lavar dinheiro sujo ou acobertar negócios escusos.
Tudo isso é escancarado no filme, com também algumas tantas outras facetas não menos asquerosas de toda essa história: desde a disputa, entre diferentes entidades, pelos miseráveis até a relação que gente endinheirada mantém com entidades filantrópicas. Particularmente no que se refere a esse ponto, o filme é de um sarcasmo brilhante ao