Filme advogado do diabo
O filme formula-se como uma forte, densa e precisa crítica a falta de ética na atuação de diversos advogados. Ao centralizar o foco em um personagem, a trama desenvolve e demonstra a violação de regras - também a ausência de boa conduta específico, no âmbito da advocacia. Para senso comum, o termo "advogado do diabo" se refere a uma pessoa que se posiciona em prol da argumentação. De acordo com o senso técnico, a expressão designava alguém que era responsável pela avaliação de processos de canonização da Igreja Católica. No filme tal expressão evidencia o seu sentido literal, pois a figura do diabo é representada pelo advogado John Milton. Lomax, imerso na cegueira de sua vaidade, dotado de impulsos anti-éticos, estaria se predestinado contra à religiosidade cristã.
Ou seja, seria um instrumento da maldade, submisso à crueldade aliciada por algo diabólico. No decorrer do filme, nota-se os questionamentos de Lomax se ampliando cada vez mais, pois se por um lado ele tem plena consciência de que está defendendo criminosos, por outro não pode largar essa condição à pena do fim de seu sucesso e desenvolvimento profissional.
Ele justifica suas ações dizendo que busca apenas segurança para sua esposa e para si próprio, sem se tocar que aos poucos está abandonando a quem tanto ama, deixando no ar a dúvida de qual de seus amores é maior, o amor por sua esposa ou por seu sucesso? Lomax se mantém obstinado em defender um cliente acusado de triplo assassinato e cada vez dá menos atenção à sua Mary Ann, enquanto o seu misterioso chefe parece sempre saber como contornar cada problema e tudo o que perturba o jovem advogado. Mary Ann avança num estado de completo medo, neurose e tormentos psicológicos, Kevin Lomax passa a compreender a teia macabra do qual está inserido.
O roteiro, tentadoramente simbólico e rígido em sensualidade sinistra, provoca angústia. É tenso, é grandioso, é assustador. Mais que isso, é reflexivo. Evoca discussões antigas do