FILHOS DE LOBATO SOMOS TODOS
WHITAKER, J Roberto. Os filhos de Lobato (O imaginário infantil na ideologia do adulto). 4º capitulo, Editora Globo: São Paulo. 2011, p. 160- 195.
José Roberto Penteado é um dos grandes nomes do Marketing do Brasil, haveria muito a falar sobre ele, mas nos interessa em particular, o fato de sua tese de doutorado gerar o livro Os Filhos de Lobato aqui resenhado.
A resenha tem como objetivo lançar um olhar crítico sobre a obra infantil de Monteiro Lobato, cuja ação se desenrola em relação ao Sítio do pica-pau amarelo. Segundo Zinda Vasconcellos (2011, p 160) as 22 obras de Lobato são dividas em livros: Ficcionais, Paradidáticos e Adaptações de outras narrativas. Essa afirmação é bastante questionada por outros autores.
A ordem cronológica dessa divisão não é correta, mas segundo Penteado, Lobato teria organizado seu rocambole dessa forma por uma questão de marketing. A tiragem de um milhão de exemplares em 1943, prova que o autor trilhou o caminho correto. O sucesso levou Lobato a escrever a Rangel em 1930, afirmando a sua decisão em continuar escrevendo livros infantis, pois felizmente “as crianças não mudam [...] vou fazer um verdadeiro rocambole infantil [...] pela primeira vez estou entusiasmado por uma obra”.
Lobato morou cinco anos nos Estados Unidos, essa vivência teve grande influência na elaboração de sua obra, O Minotauro e os Doze trabalhos de Hércules, talvez a maior prova da maturidade do mundo do autor de O sitio do pica-pau amarelo. Outro fator notório dessa mudança foi o estreitamento das fronteiras entre o real e o maravilhoso, Penteado atenta para o detalhe de Monteiro Lobato criar ferramentas para intercalar o cotidiano com acontecimentos fantásticos. Segundo Nelly Novaes (p.164) Lobato cria instrumentos supressores da realidade em suas obras. O pioneirismo de Lobato leva Alaor Barbosa defender toda obra do autor como modernista, no que diz respeito a emancipação em