Fiel da Balança: Minas Gerais na Federação Brasileira - 1889-1937, de John Wirth, capítulos 4-6.
Por ser um mosaico de regiões diferentes, Minas estava organizada como um mini-sistema federal. Nesses capítulos de seu livro, John Wirth mostra como a conquista dos mineiros no âmbito nacional é impressionante. Lideraram o congresso na maior parte da República Velha e presidiram o país por três vezes. Puderam designar os sucessores no cargo e estavam sempre representados no ministério. Na maior parte desse período, a máquina do Partido Republicano Mineiro obteve grande sucesso de adaptação ao coronelismo, a política de patrão-cliente usada pelos chefes rurais e regida da câmara estadual. A coesão interna era a chave desta influência nacional. Porém, a elite mineira esteve dividida por suscetibilidades regionais durante quase dez anos.
Wirth refere-se à escrita de Brito sobre a política de Minas Gerais desenvolver-se em três fases. No início, o estado se preocupava com questões internas e não procurou liderança na federação. A eleição de Afonso Pena como governador de Minas (1892-1894) fez com que o poder mudasse da velha zona de mineração para as zonas cafeeiras e as receitas sem precedente de café facilitaram a transição. A patronagem aumentou em todo o estado, embora sua distribuição fosse desigual. Outra razão para o sucesso da transição foi que nenhuma facção era coesa a ponto de impor-se; nenhum chefe regional poderia governar sem fazer alianças pragmáticas com outros coronéis.
Porém, na segunda fase, o governador Francisco Silviano Brandão havia usado a crise econômica em 1897 para projetar Minas no cenário nacional, em estreita colaboração com o presidente Campos Sales, de São Paulo. Silviano terminou com as rixas internas que haviam enfraquecido Minas e estabeleceu uma delegação disciplinada ao congresso, dando grande influência ao estado. A Constituição de 1891 deixou os governos municipais sem verbas, tornando os chefes locais