No amplo universo dos negócios, poucas empresas podem se orgulhar de ter a marca tão intimamente ligada a seu produto como o McDonald's. Maior rede de fast food do mundo, com 30 000 unidades espalhadas por 112 países e um faturamento de 22 bilhões de dólares, a empresa fundada pelo fabricante de milk shakes Ray Kroc tornou- se, ao longo de meio século de existência, sinônimo de hambúrguer - e de tudo o que está relacionado a ele. Seu logotipo - uma imensa letra "M" amarela - foi, durante muito tempo, uma espécie de emblema do capitalismo americano e do fenômeno da globalização. A onda antiobesidade que varreu os mercados desenvolvidos na última década, no entanto, deu ao McDonald's um significado muito menos lisonjeiro. Com seus sanduíches calóricos e sobremesas açucaradas, a rede passou a ser associada a tudo o que havia de errado na alimentação dos consumidores. Foi então que o McDonald's começou a incluir em seu cardápio opções mais saudáveis, como saladas e frutas. Agora, a subsidiária brasileira da rede ensaia aquele que será seu maior passo nessa estratégia. Durante o mês de setembro, a empresa distribuiu gratuitamente 1 milhão de cafés nos balcões de suas lanchonetes para promover sua mais nova "iguaria": um cafezinho filtrado que será vendido por 1,75 real. Ao mesmo tempo, está em teste em dez lojas de Campinas, no interior de São Paulo, a venda de uma linha de smoothies, um tipo de bebida que inclui iogurte e frutas frescas. Se for aprovada, a novidade passará a fazer parte do cardápio brasileiro do McDonald's até o final do ano. "Queremos criar uma nova experiência gastronômica", diz o argentino Marcelo Rabach, presidente do McDonald's no Brasil, sem revelar a previsão de venda para os novos produtos. "Não vendemos apenas hambúrguer e batata frita. Nossa meta é sermos reconhecidos como uma empresa de