f 373738383839404041 | 1 3 4 569111213 | (...)em numerosos Estados, a geografia é claramente percebida como um saber estratégico e os mapas, assim como a documentação estatística, que dá uma representação precisa do país, são reservados à minoria dirigente.Na guerrilha, uma das forças dos camponeses é a de "conhecer” taticamente muito bem o espaço no qual eles combatem mas, entregues a si próprios, sua capacidade se desmorona face a operações de nível estratégico, pois estas devem ser conduzidas numa outra escala, sobre espaços bem mais amplos que só podem ser representados cartograficamente.A necessidade de saber ler uma carta se coloca também nas manifestações urbanas, a guerrilha urbana, a guerra de rua; em certos países (comunistas ou não)(...)(...) o aprendizado da leitura de cartas aparece como tarefa prioritária para os militantes, num grande número de países.Contudo, a importância da análise geográfica não se coloca somente no domínio da estratégia e tática sobre o terreno, embora isso seja essencial em certas circunstâncias.De fato, na primeira metade do século XIX os capitalistas de Lyon encetaram uma verdadeira estratégia geográfica para quebrar a força politica (...)o saber geográfico não deve permanecer como apanágiodos dirigentes de grandes bancos; ele pode ser voltado contra eles, na condição de prestar atenção às formas de localização dos fenômenos e cessar de evocá-los abstratamente.Deveras, as representações espaciais só têm verdadeiro significado para aqueles que as sabem ler, e esses são raros; dessa forma, as pessoas não irão perceber até que ponto foram enganadas, se não após o término dos trabalhos, quando as modificações se tomarem irreversíveis, em boa parte.(...) analisando as contradições de uma formação social, tanto mais eles negligenciam o saber estratégico que é a geografia, da qual eles deixam o monopólio para uma minoria dirigente que, ela sim, sabe se servir, para manobrar eficazmente.