Fichamento O Homem e o Mundo Natural – O predomínio humano, Keith Thomas

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
O Homem e o Mundo Natural – O predomínio humano, Keith Thomas

Nesta obra específica de Keith Thomas é possível notar as características de uma super valorização do antropocentrismo justificada pela teologia cristã. A natureza é constantemente subjugada à superioridade e à toda e qualquer necessidade humana. A natureza está a serviço do homem em qualquer sentido: seja na produção de alimentos, na execução do trabalho ou para atender os caprichos humanos. Ao longo do texto, o autor tenta definir a função específica de cada animal, dos vegetais e dos minerais para satisfazer ao homem. Os animais eram privados da capacidade de sentir dor, de sofrer, portanto, neste aspecto, existe a separação entre animalidade e humanidade. Atribuindo ao primeiro os instintos sexuais, o que inferiorizava os homens que não encaravam o sexo como forma exclusiva de procriação. A ideia de civilização é concretizada na descoberta da propriedade privada e na exploração da natureza. Seguindo tal princípio, a colonização do Novo Mundo foi justificada como meio de salvar povos colocando fim à “deificação da natureza”, e dando início à exploração desordenada e predatória da natureza. A Europa era completamente dependente da natureza para movimentar sua economia, para a alimentação que era basicamente constituída de carne. A ideia de virilidade era tida numa alimentação rica em carne. A seguinte fala de John Colbatch comprova as ideias anteriormente citadas a cerca do texto:
“Veio-me de pronto à mente que algo extraordinário devia existir nessa planta de invulgar beleza; que o Todo-Poderoso a tinha destinado a fins mais avançados e nobres que meramente o de alimentar os tordos ou ser pendurado nas casas dos supersticiosos para espantar os maus espíritos[...]. Concluí, a priori, que seria [...] muito provavelmente para dominar [...] a epilepsia”. (THOMAS, Keith; O Homem e o Mundo Natural – O predomínio humano. P. 33)