Fichamento: O aspecto em português
“Afirmar uma coisa entre duzentas coisas diferentes possíveis é dizer muito mais, dar uma informação mais precisa do que quando se escolhe entre duas, quatro...”
“O lexema, não só verbal como de outras classes de palavras possíveis de portar marca espectual”
“Crescer, desenvolver, refletir, são alguns exemplos dos verbos cujos lexemas já chamam a atenção do ouvinte para o seu tempo interno”
“A possível expressão aspectual nos verbos através de morfemas derivacionais fica restrita aos sufixos.”
Soares admite que “os verbos que as gramáticas escolares costumam classificar como aspectuais como amanhecer, ressoar, etc.” têm no seu significado um componente semântico aspectual. [...] escrevinhar, mordiscar e chuviscar não contém nenhuma marca aspectual. A ideia que é acrescida ao lexema pelo sufixo é mais próxima da categoria de Grau.
“Esses sufixos, excetuando-se talvez o –ECER, são poucos produtivos na língua, e muitos desses verbos não são mais de uso frequente nos dias atuais.”
De fato, os morfemas derivacionais mais frequentes no português atual que acrescem a verbos a noção de processo, de passagem gradativa de um estado a outro, parecem ser –ECER. –IFICAR E –IZAR. [...] o sufixo –ECER é bastante referido na bibliografia gramatical brasileira como indicativo de “começo de ação”
“O morfema –IFICAR está representado também em grande número de verbos portugueses.”
O morfema –IZAR é, sem dúvida, o mais produtivo deles, ou seja, é o recurso de que mais os falantes lançam mão em termos atuais. [...] Ou seja, se precisamos “criar” um verbo que expresse a passagem de alguma coisa por algum processo, usamos o morfema –IZAR acrescido a um lexema nominal ou verbal.
“A conjugação verbal que aparece sistematizada nas gramáticas escolares apresenta, na sua quase totalidade, as formas verbais no perfectivo”
“Algumas formas de tempos verbais do português carregam,