Fichamento - a sedução da liberdade
SEDIÇÃO E VIDA PRIVADA
[Entre os anos de 1789 e 1801 as autoridades de Lisboa viveram-se diante de problemas sem precedentes. De várias religiões da sua colônia americana chegavam notícias de desafeição ao Trono, o que era sobremaneira grave.] (pg. 388 parágrafo 1º)
OBS: SEDIÇÃO - rebeldia
[O que se percebe, agora, nos transbordamentos da fronteira da legalidade estrita, coisa que está presente nos distúrbios, saques, motins, sublevações e revoltas do período anterior, todos eles se propondo a correção de disfunções de um sistema tido por bom e justo, mas localmente mal exercido, é que a própria forma de organização do poder se torna o alvo das críticas, e a sua substituição por outra afirma-se como o objetivo que move os homens.] (pg. 388 e 389 parágrafo 2º)
[...] [a sedição é, e todos a percebem dessa maneira, o conjunto das práticas de natureza subversiva que, referidas a revolução, anunciam-na enquanto a possibilidade, mesmo quando se concretizam apenas no simplesmente fazê-lo. A sedição é então, a revolução desejada, o futuro anunciado, a política do futuro nos interstícios do presente.] (pag. 389 parágrafo 1º)
OBS: INTERSTÍCIOS – intervalo
[...] [apontando para emergência para de novas alternativas de ordenamento da vida social. Manifestações políticas dessa crise, os ensaios de sedição lançam a luz, para além da negação do absolutismo monárquico, sobre o despontar de novas formas de sociabilidade,] [...] (pg. 389 parágrafo 3º)
[Rigorosamente, apenas os eventos de Minas Gerais (1789) e da Bahia (1798) configuram sedições, na medida em que nestes se tratava de deliberada e organizada vontade de subverter a ordem pública e os padrões de organização do Estado. [...] entre o que é ou deixa de ser contestação, e a imprecisão dos limites que separam esta sedição revela-se tanto nestes quanto em outros episódios do final de século na América portuguesa.]