Fichamento A História Vigiada - Marc Ferro

A História Institucional
1. A função do historiador; o ofício e o signo
“... A história institucional é também a transição de uma necessidade, de certa forma institiva, de cada grupo social, de cada instituição, que assim justifica e legitima sua existência, seus comportamentos, quer se trate da Igreja, do Estado, do Islão ou do Partido.” (P-11)
“... Refletir com ele ou com os governantes sobre o sentido e as leis da história para melhor compreendê-la; inventariar e classificar os arquivos do Rei, do Sultão ou da Corte dos Han para dar à instituição uma memória, uma argumentação, uma defesa; em todos esses casos, é evidente a preocupação com a eficácia.” (P-11)
“Alguns séculos mais tarde, na aurora da Terceira República, quando, sempre por conta do Estado, o historiador glorificava a nação, as instruções ministeriais deixavam bem claro que, se o ensino da história não atingisse um resultado, “o mestre terá perdido seu tempo”. “Formar patriotas sinceros, eis o nosso objetivo ao ensinarmos a história da França”, escrevia a Tribune des instituteurs et institutrices de 1884.(P-12)
“Na França, por exemplo, desenvolveram-se diversas historiografica dúplices que se interpenetram e interferem uma na outra. Assim, a partir do século XVI , uma história “católica” e uma história “protestante” da Reforma e das guerras de Religião – que não glorificam os mesmos heróis - afrontam-se; em seguida, várias historiografias da Revolução opõem-se, antes que, sob a Terceira República, uma versão laica e uma versão clerical da história da França lancem-se em uma verdadeira “guerra de manuais”, analisada por Christian Almavi. Cada uma delas proclama ideias rigorosamente antinômicos, mas que perseguem o mesmo objetivo, a inculcação de uma moral patriótica, tendo, cada uma, seu próprio panteão de heróis: de um lado Santa Genoveva, Vicente de Paula, Luís XVI, o Monsenhor Affre, etc., do outro, Etienne Marcel, o jovem Bara, o general Kleber, etc.” (P-13)
“Mesmo no Japão, a função