Fichamento: A história cativa da memória?
Ulpiano T. Bezerra de Meneses
Para analisar a memória e sua “natureza de fenômeno social” Meneses discute em seu texto três questões: a reificação da memória, a construção desta no e em função do presente e a fisiologia do fenômeno. Para isso o texto é dividido em vários tópicos que abordam a questão da memória como fenômeno social e a relação da história e do historiador com o fenômeno. Meneses defende a memória como uma construção do presente, feita em função deste. A memória construída no presente é o que, basicamente referência o mesmo e possibilita a construção de um futuro.
Meneses aponta o passado como descontinuidade e a história como a ciência do estranhamento. E por fim, ele alerta que é dever do historiador não abandonar sua função critica a fim de que não trate a história como o “duplo cientifico da memória” mas que a memória seja entendida como objeto da história.
O impossível resgate da memória
Pg. 10
A caracterização mais corrente da memória é como mecanismo de registro e retenção, deposito de informações, conhecimento, experiências. Daí com facilidade se passa para os produtos objetivos desse mecanismo. A memória aparece, então, como algo concreto, definido, cuja produção e acabamento se realizam no passado e que cumpre transportar para o presente.
Ao inverso, ela é um processo permanente de construção e reconstrução um trabalho, como aponta Ecléa Bosi.
Pg. 11
De forma semelhante, a memória de grupos e coletividades se organiza, reorganiza, adquire estrutura e se refaz, num processo constante, de feição adaptativa. A tradição (memória exteriorizada como modelo) nunca se refere a nenhum corpo consolidado de crenças, normas, valores, referências definidas na sua origem passada, mas está sujeita permanentemente à dinâmica social.
Memória, passado, presente
A elaboração da memória se dá no presente e para responder a solicitações