Fichamento - A escrita da História - Sobre a Micro-História. Peter Burke
Levi inicia o capítulo justificando o fato de o debate micro-histórico não ser baseado em textos ou manifestos teóricos. “A micro-história é essencialmente uma prática historiográfica em que suas referências teóricas são variadas e, em certo sentido, ecléticas. O método está de fato relacionado em primeiro lugar, e antes de mais nada, aos procedimentos reais detalhados que constituem o trabalho do historiador, e assim, a micro-história não pode ser definida em relação às microdimensões de seu objeto de estudo.” (p.133)
Os adeptos da micro-história, segundo o autor, envolvem-se com outras ciências sociais, sem a pressão de referir-se sempre a sistemas coerentes de conceitos. “A micro-história, como todo trabalho experimental, não tem um corpo de ortodoxia estabelecida para dele se servir. A ampla diversidade de material produzido demonstra claramente o quanto é limitada a variedade de elementos comuns.” (p.134)
“ Os prognósticos de comportamento social estavam se comprovando demonstravelmente errôneos e esta falência dos sistemas e paradigmas existentes requeria não tanto a construção de uma nova teoria social geral, mas uma completa revisão dos instrumentos de pesquisa atuais.” (p.134) Diante do início de uma crise das ciências sociais em meados da década de 80, a micro-história representa uma “gama de possíveis respostas que enfatizam a redefinição de conceitos e uma análise aprofundada dos instrumentos e métodos existentes.” (p.135)
“ Aqueles historiadores que aderiram á micro-história em geral tinham suas raízes no marxismo, em uma orientação política para a esquerda[...]” (p.135) A partir disso, é possível concluir que os historiadores em questão procuravam atribuir a suas pesquisas um teor de atividade social. Dessa forma, a pesquisa histórica deixaria de ser uma atividade basicamente