Fichamento A crise Marco Aure lio

Fichamento
Texto: Crise (Capítulo I) - Livro “Em defesa da política”
Autor: Marco Aurélio Nogueira

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“Quando nos mobilizamos para tentar dizer o que é política, ingressamos num terreno escorregadio, recoberto por uma espessa névoa de questões complicadas. Dentre elas, destaca-se a de descobrir se ainda faz sentido pensar a política, isto é, tratar a política como algo pensável, merecedor de atenção, cuidado e valorização”
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“A ideia de crise (do grego krinein: separar, romper) associa-se quase sempre a uma situação limite. [...] Uma crise sempre destrói e desorganiza: caracteriza-se precisamente por modificar o peso relativo das coisas. [...] Numa fase de crise, são suspensos ou postos em xeque os conceitos e ideias com que interpretamos o mundo. [...] Justamente por isso, fica prejudicado todo o sistema de vínculos e comunicações: entre o Estado e os indivíduos.”
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“Embora não seja sinônimo de morte, a ideia de crise sempre insinua que há algo morto na realidade. Quando se diz, por exemplo, que o Marxismo está em crise, não se quer necessariamente dizer que ele tenha se desfeito como doutrina ou explicação do mundo, mas sim que algumas de suas teses e elaborações chegaram aos dias de hoje privadas de maior poder de convencimento.”
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“Uma crise de governo não anuncia o fim do governo, mas sim que algumas de suas condutas e opções já não bastam para sustentá-lo.”
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“As crises destroem, mas também fornecem chances para que se construa. [...] Em uma crise, vêm à tona as misérias e as grandezas humanas.
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“Quando a política entra em crise, as sociedades são despojadas de uma parte daquilo que dá sentido ao viver coletivo. Com a crise, perdem-se as referencias e a linguagem com que ajudam as pessoas a resolver seus conflitos e a ver esclarecidos os motivos que as levam a permanecer juntas.”
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“A ideia de crise da política, no fundo, sugere que a crise chegou ao âmago da vida social. [...] A crise da política é o embaçamento das condições para que se supere o