Fichamento terceiro setor e questão social
1. Características do debate dominante sobre o (conceito) “terceiro setor”
Montaño inicia o capítulo abordando o fato do conceito de “terceiro setor” ser utilizado predominantemente de uma forma errônea. “Estudam-se as ONGs, as fundações, as associações comunitárias, os movimentos sociais, etc., porém desconsideram-se processos tais como a reestruturação produtiva, a reforma do Estado, enfim, descartam-se as transformações do capital promovidas segundo os postulados neoliberais.” (p. 51).
Diferentemente do citado acima, o autor defende uma abordagem acerca do “terceiro setor” aonde ele não parte de um conceito de fenômeno isolado, mas sim a partir da totalidade social, do movimento e das tendências do capital como um todo, enfim, como um fenômeno que participa das transformações, e como produto destas.
Depois ele comenta sobre o surgimento do termo “terceito setor” abordando Landim (1999), que diz que o termo tem procedência norte-americana, local aonde o associativismo e o voluntariado fazem parte de uma cultura política e cívica. Nos EUA, o termo foi cunhado por John D. Rockefeller III, em 1978.No Brasil, não é de se estranhar que tenha chegado através de um funcionário da Fundação Roberto Marinho. Segundo o autor, isso deixa claro a ligação com os interesses de classe.
Com isso, podemos ver que o termo realmente foi construído a partir de um recorte social, aonde, o Estado equivale ao “primeiro setor”, o mercado ao “segundo setor” e a sociedade civil representaria o “terceiro setor”. Entretanto, o autor apresenta quatro debilidades teóricas que ele vê nesta construção:’
1) A primeira debilidade é com relação ao termo aonde questiona-se “primeiro” ou “terceiro setor”? Se o terceiro setor é equivalente à sociedade civil, e se a sociedade civil é quem produz suas instituições, inclusive o