Fichamento Spinoza e os Signos
Dados sobre o texto: DELEUZE, Gilles. “A Vida” IN: Espinoza e os Signos. Porto: Rés, 1970, pp. 9-24.
Fichamento:
Deleuze começa apresentando a singularidade do filósofo: “O filósofo apodera-se de virtudes ascéticas – humildade, pobreza castidade – para delas se servir com fins totalmente particulares, inauditos, muito pouco ascéticos na verdade. Aí reside a sua singularidade. Elas não são, nele, máscaras morais, nem meios religiosos para outra vida, mas sim ‘efeitos’ da própria filosofia. Para o filósofo não existe em absoluto outra vida.” (p. 9)
A definição de Natureza em Espinoza: “uma vida que não se vive a partir da necessidade, em função dos meios e dos fins, mas a partir de uma produção, duma produtividade, duma força, em função das causas e dos efeitos.” (p. 9-10)
O pensamento possui a necessidade de ser livre: “Quando o pensamento é livre, portanto vital, nada está comprometido; quando deixa de o ser, todas as outras opressões são também possíveis, e uma vez realizadas, qualquer acção se torna culpável, e toda a vida ameaçada.” (idem)
Não devemos pensar no Espinoza como tendo que romper com o judaísmo para ir em direção para entrar em meios liberais, pois em todos os ambientes o filósofo é apenas tolerado. (p. 11)
O texto expõe algumas das influências intelectuais de Espinoza, tais como Uriel da Costa e Juan de Prado. (p. 11-12)
Espinoza buscava a ruptura e por isso foi excomungado. “Porém, em vez de se retractar, Espinoza redigiu uma Apologia para justificar a sua saída da Sinagoga, onde denunciava o carácter humano – demasiado humano – do Antigo Testamento, texto violento ao que parece, e que não chegou a publicar, (...).” (p. 12)
“Mais do que para uma influência de menonistas ou mesmo de cartesianos, devemos admitir que Espinoza se voltou naturalmente para os meios mais tolerantes, ou mais aptos para receber um excomungado, um judeu que recusava tanto o cristianismo como o judaísmo do qual havia