Fichamento Sombra Saraiva

Cinco grandes e múltiplas independências: o exercício da hegemonia coletiva (1815-1848)
Posted on June 17, 2013 by Raul B. Dutra
1º) Oriunda do Congresso de Viena, sob a forma de uma hegemonia coletiva, a organização dos Estados europeus do século 19 ficou conhecida como Concerto Europeu. Em teoria, os cinco grandes (Inglaterra, Rússia, Áustria, Prússia, aos quais logo se incorporou a França) haveriam de implantar a diplomacia de conferência e entender-se sobre as grandes questões da política internacional, auscultar e levar às reuniões do colegiado as necessidades das pequenas e médias potências, não exercer hegemonia regional nem tampouco ampliar o próprio domínio, preservando, todavia, a liberdade de mover-se pelos próprios interesses.

2º) A forma pela qual se apresenta a sociedade internacional europeia retém elementos da tradição de múltiplas independências que se conjugam com a tradição hegemônica, porém, agora, temperada pelo controle objetivo que as grandes potências exercem uma sobre outras.

3º) Elas eram chamadas a coligar-se para deter, quando fosse o caso, aquela que infringisse os parâmetros de conduta

4º) A ordem de Viena iria flutuar sobre realidades de fundo, extremamente ricas e dinâmicas, que caracterizam o extraordinário progresso da Europa no século 19. A conduta das diplomacias e o movimento das relações internacionais dependem do estádio das forças profundas em cada circunstância, como ensinou Renouvin, e dos homens de Estado, como acrescentou Duroselle. Quanto ao segundo aspecto, a Guerra da Crimeia marcou um turning point do sistema.

5º) Até então, a Ordem de Viena fora mantida por estadistas que conceberam originalmente como a melhor forma de administrar o sistema internacional ou que, com as mesmas convicções, a tiveram sob sua responsabilidade:

Os ingleses: Castlereag, Canning, Aberdeen e Palmerston
Os Czares: Alexandre I e Nicolau I
O hábil austríaco Metternich
Os Hohenzollern, da Prússia
Os franceses Richilieu,