Fichamento sobre orientação e direção espacial
Embora os processos de percepção sejam processos mentais, a forma representa um dado de ordem sensorial a ser diretamente apreendido. Esse dado não pode ser abstraído, nem substituído por definições e descrições. Evidentemente, todos nós podemos imaginar formas, mas não há como avaliá-las sem que se tornem fatos físicos, sensoriais. Também o artista só pode julgar seu trabalho, avaliar determinadas soluções, optar por alterá-las ou não, diante dos fatos físicos. Quer dizer, ele precisa antes fazer antes de julgar. Ou, o que vem a ser a mesma coisa, o artista julga em quanto faz. Mas o fazer é imprescindível, pois sempre há uma diferença entre aquilo que é imaginado e o fato concreto que se produz quando essa alguma coisa é realizada.
“... contornos funcionam como limites. Essa função é importante. Ao mesmo tempo em que delimitam e contêm um espaço interno, isolando-o do meio ambiente, determinam sua forma. A noção fundamental é que forma sempre significa organização, ordenação, estrutura. Essa organização pode estar apenas implícita, mas quando percebemos os seus limites de forma, na realidade já estamos percebendo sua estrutura.”
“... Ao vermos as margens concentrarem a forma espacial de todos os lados, vemos que elas é que introduzem o núcleo central. É exatamente o ponto onde elas se cruzariam os eixos centrais da forma, eixos de cuja existência também sabemos, mesmo sem ver. Percebemos ainda outras correspondências formais. Comparando as imagens entre si, temos de imediato uma idéia de direção e magnitude, de cima e de baixo, dos vários lados, do tamanho maior e menor, de fora ou de dentro, de estável ou instável. São fatores que se reportam à estrutura interna do espaço e que estão presentes em nossa percepção, mesmo com a superfície ainda vazia.”
“... Toda obra de arte representa, essencialmente, uma imagem de espaço, pois cada imagem é constituída de indicações espaciais. Entretanto, aqui cabe uma ressalta