fichamento Singer
Singer inicia seu texto afirmando que o lulismo é a representação de uma fração de classe que, mesmo majoritária, não consegue construir suas formas de organização por isso, esse fenômeno só pôde aparecer na politica após a chegada de Lula ao Poder. O lulismo foi a expressão de uma camada social especifica e uma clivagem entre eleitores de baixíssima renda e de classe media outorgou uma característica única a essas eleições. Assim como em 2006, em 1989 também ocorreu polarização por renda, no entanto, a vitória de Collor não se deu apenas por “promessas fáceis” , a resistência às greves e à candidatura de Lula, manifestada por eleitores de baixíssima renda, estava associada a uma auto localização intuitiva à direita do espectro ideológico. Era comum que os eleitores de baixa escolaridade entendessem a direita como o que é “direito” ou como sinônimo de governo, e a esquerda como sendo o errado e a oposição. Nas eleições presidenciais de 1994 e 1998, o conservadorismo popular somado ao medo da instabilidade derrotou Lula pela segunda vez, percebia-se um poder de veto das classes dominantes que possuía a capacidade de mobilizar o voto da baixíssima renda contra a esquerda. Em 2002 Lula contava com menos intenção de voto entre os eleitores de renda mais baixa do que entre os de renda superior. Nota-se que no núcleo de apoio recebido por Lula nas tentativas de chegar a presidência, encontravam-se eleitores com maior nível de escolaridade, concentrados nas regiões Sul e Sudeste. Apenas apos assumir o governo, obteve-se a adesão plena do segmento de classe que buscava em 1989 e deixava de receber o apoio da classe media. O autor argumenta que o aumento da votação de Lula ter sido maior nas regiões do Norte e Nordeste não tenha sido causado apenas pelo Programa Bolsa Família, o programa teve