Fichamento Ronald Raminelli
P. 699: Este artigo é composto pela análise de diversos testemunhos, investigando a hierarquia entre as cores de pele, a dicotomia entre branco/nobre e negro/vil, e também analisando o caráter inato dos hábitos ou a capacidade de herdar o comportamento e a moral, analisando deste modo a idéia de raça em Portugal e no Brasil Colônia.
P. 700-701: Comentando o heroísmo de Henrique Dias, governador das tropas pretas e mulata, Frei Manuel Calado não economizou elogios. Segundo ele, Henrique Dias seria “um preto de alma nobre ou de alma branca”. Frei Calado vinculava a cor da pele aos hábitos.
P. 701-703: “Nos últimos anos, na historiografia luso-brasileira não surgiram novas pesquisas dedicadas às hierarquias sociais, sustentadas pela cor e pela idéia de raça, notadamente para o período anterior ao pombalino”. Contudo, atualmente é preferível que os estudiosos analisem o termo raça em suas variações temporais. Segundo o autor, a idéia de raça consolidada entre os séculos XVII e XIX impulsionou o racismo, mas não o inventou. Ronald apresenta a idéia de James Sweet, que diz que na época moderna, raça era quase sinônimo de hábitos e ambos não poderiam ser separados. Com isso, devido aos seus costumes diversos povos eram tido como inferiores, essa classificação desdobrava-se para além de do comportamento do indivíduo e persistia pela descendência. Deste modo, suas conclusões nos permitem classificar como racista os elogios de Calado a Henrique Dias reforçando a idéia de que o racismo era responsável pela inferioridade dos negros. Já segundo Maria Helena Martínez, nos tempos modernos, o uso de raça não estava ligado exclusivamente à diferença biológica entre homens, mas era também influenciado pela cultura e pela classe. A questão proposta pelo autor é entender o conceito de raça e racismo e sua variação ao longo