fichamento perini
Quando um adjetivo é um verbo e Sofrendo a gramática
2º Ano letras/espanhol
Glauber Amaral de Moura
Campo Grande MS, 17 de março de 2014
Podemos começar pelo seguinte: a própria noção de “palavra” pode variar muito de língua para língua. Vamos admitir que uma palavra se caracteriza por não poder ser, normalmente interrompida por uma hesitação da fala: assim podemos dizer: ela tem...ééé...uma fazenda, mas nunca ela tem uma fa...ééé...zenda. Isso caracteriza fazenda como uma palavra (PERINI pág 95).
As línguas, longe de serem meros sistemas de nomenclatura, são também sistemas de recorte da realidade; cada língua reflete uma organização própria imposta pela nossa mente às coisas do mundo. (PERINI pág 98).
Em francês, o que chamamos rio se traduz como fleuve ou rivière. Fleuve é um rio que desemboca no mar; rivière, um que desemboca em outro rio; desse modo o São Francisco é um fleuve em francês, e o Tietê é uma rivière, embora ambos sejam “rios” um português. Aqui, novamente o português deixa de fazer uma distinção que outra língua faz. Por outro lado, sabemos que o português distingue entre saber e conhecer, mas em inglês essas duas palavras correspondem a uma só: know.I know him significa “eu o conheço” e I know that he is here é “eu sei que ele está aqui”. (PERINI pág 98).
Quem está certo? Ninguém está certo – cada língua reflete uma organização própria da realidade. (PERINI pág 98).
Podemos perfeitamente compreender a diferença entre smarrire e perdere, assim como a diferença entre fleuve e rivière, embora nossa língua não as realize através de palavras distintas. (PERINI pág 99).
Há quem acredite que para um francês os grandes cursos de água se dividem naturalmente em dois tipos, e que um falante do português precisa de um certo esforço cognitivo para fazer a mesma distinção. Eu prefiro não