Fichamento Parcial De Ellen Wood A Origem Do Capitalismo
DE JANEIRO. 2001.
CAPÍTULO 1 – O MODELO MERCANTIL E SEU LEGADO.
A maneira mais comum de explicar a origem do capitalismo é pressupor que se desenvolvimento foi o resultado natural de práticas humanas quase tão antigas quanto a própria espécie, e que requereu apenas a eliminação de obstáculos externos que impediam sua materialização. pg. 21
O modelo mercantil.
Longe de reconhecer que o mercado se tornou capitalista ao se tornar compulsório, a maioria das narrativas históricas sugere que o capitalismo surgiu quando o mercado foi libertado de antiquíssimas restrições e quando, por uma ou outra razão, expandiram-se as oportunidades de comércio. Nessas argumentações, o capitalismo representa menos um rompimento qualitativo com formas anteriores do que um maciço aumento quantitativo: uma expansão dos mercados a uma crescente mercantilização da vida econômica.
A explicação tradicional – que aparece na economia política clássica, nas concepções iluministas do progresso e em muitos textos modernos de história – é a seguinte: com ou sem uma inclinação natural para “comerciar, permutar e trocar” (na célebre formulação de Adam Smith), indivíduos racionalmente voltados para seus próprios interesses têm-se empenhado em atos de troca desde o alvorecer da história. Esses atos tornaram-se cada vez mais especializados com a evolução da divisão do trabalho, que também foi acompanhada de aperfeiçoamentos técnicos nos instrumentos de produção. Em muitas dessas explicações, na verdade, os aumentos da produtividade podem ter sido o objetivo primordial dessa divisão do trabalho, cada vez mais especializada, donde a tendência a haver uma estreita ligação entre essas explicações do desenvolvimento mercantil e uma espécie de determinismo tecnológico. O capitalismo, portanto, ou “sociedade mercantil”, estágio mais elevado do progresso, representa o amadurecimento de práticas comerciais antiquíssimas (juntamente com
avanços