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Ainda falando da diferença entre a moral das pessoas coletivas e a moral do Estado, Carr diz que a devoção de um indivíduo ao Estado é maior que a mesma perante qualquer outra pessoa coletiva, exigindo do indivíduo lealdade e sacrifícios muito maiores, até o ponto de o bem do estado ser visto como um fim moral em si. Então, o estado acaba possuindo um direito à auto-preservação que supera qualquer obrigação moral.
Isso soma-se ao fato de que o Estado é soberano, e não há autoridade maior que o estado, logo, o estado impõe um mínimo de comportamento moral a outras pessoas coletivas, e não há autoridade capaz de impor comportamento moral ao Estado. Ele também acrescenta que, independente da diferença entre moral de estado e individuo, essa moral depende de convenções para acontecerem (convenções que são padrões de comportamento cumpridos por hábito e não por seu significado). Então não se pode esperar padrão mais alto de comportamento dos Estados pois não há formas de obriga-los a isso.
Outro ponto é que a moral social (que é a moral em que se enquadram as pessoas coletivas e os estados) implica dever com os outros da comunidade, seja ela qual for. Então não há como definir um padrão moral de estados, já que não há sociedade de estados, pois a obrigação com o próprio bem estar supera a obrigação com o outro da comunidade de estados. Existe uma Comunidade Internacional? Negando a existência de uma moral internacional, automaticamente se nega a existência de uma comunidade internacional. Isso porque para se existir uma comunidade deve existir o dever para com os outros membros desta, coisa que não existe já que a própria preservação supera tal dever se tratando de estados. Então, a maior organização onde se pode ter uma organização desse tipo, é o próprio estado, já que esse pode submeter seus indivíduos coletivos aos padrões morais necessários para funcionamento