Fichamento: Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro, de Edgar Morin
Tese do autor
A humanidade hoje vive uma crise. Vivemos em um planeta mundializado, onde os homens influenciam-se mutuamente, mas não existe o sentimento de união entre eles. A orientação de vida ocidental, baseada no avanço tecnológico e na especialização reducionista, não consegue fornecer os meios para uma transformação do nosso modo de viver. A superespecialização não nos permite lidar com problemas que são da humanidade como um todo.
O ocidente colonizou o planeta e catequizou a todos com seu ideal de progresso, negando espaço a outros valores e crenças, mas esse desenvolvimento reducionista está chegando a um ponto insustentável. A sociedade está submissa à tecnosfera e precisa exercer a autocrítica para contestar seus paradigmas e construir uma nova forma conhecimento.
O saber científico aplicado no qual esse texto se baseia para analisar a condição humana não é baseado em paradigmas fechados. Ele também deixa espaço para profundos mistérios referentes a vida e ao ser humano. O pensamento complexo propõe uma articulação entre diversas áreas do conhecimento para formar uma antropolítica, para unir as nações, para transformar a humanidade em Humanidade.
Argumentos principais
Existem diversos perigos referentes a um conhecimento saudável. A mente humana não tem a capacidade intrínseca de separar o real da ilusão, o sonho da vigília. Só através da racionalidade somos capazes de fazer essa distinção, mas ela sempre trás o risco da racionalização. Uma “verdade” com bases mutiladas ou falsas que nega-se à contestação de argumentos, fechada ao diálogo com o real.
O grande paradigma de Descartes, “penso, logo existo”, favorece a disjunção em detrimento da conjunção e é uma das bases do imprinting cultural ocidental que nos acompanha desde a primeira infância até a vida profissional. Isto está gerando uma incompatibilidade cada vez maior entre os saberes compartimentados e