Fichamento Lutero - Autoridade secular
Lutero expõe que quando é dada excessiva liberdade de ação ao governo secular, o dano que disso resulta é insuportável, mas tê-la confinada em limites estreitos também se mostra prejudicial. No primeiro caso há punição excessiva, e no outro, insuficiente, sendo mais tolerável errar no segundo caso. Aponta que O Reino de Deus sob Cristo e o reino do mundo sob a autoridade secular precisam que cada um tenha sua própria espécie de lei. O governo secular tem leis que não se estendem, além do corpo, dos bens e das questões exteriores terrenas. No que diz respeito à alma, Deus não pode e não quer permitir que qualquer um governe além dele mesmo. (LUTERO, 1995, p.38-40)
O autor aponta, também, que cada um deve decidir por sua conta e risco em que deve acreditar e deve cuidar para que acredite corretamente. O modo como a pessoa acredita é um assunto de consciência individual, e isso não diminui a autoridade dos governos seculares. Devendo, portanto, permitir que as pessoas acreditem no que podem e no que desejam, sem usar de coerção nessa esfera contra ninguém. Afirmando, portanto, que mesmo em assuntos seculares, a força não pode ser empregada, a menos que a culpa tenha sido antes estabelecida com referência à lei. Se quiser expulsar a heresia, deve-se desenraizá-las dos corações e quebrar seu domínio sobre as vontades de Cristo. (LUTERO, 1995, p. 41-43, 52)
Lutero afirma que o papa e os bispos cessaram de pregarem a palavra de Deus e tornaram-se príncipes seculares, governando por meio de leis que dizem respeito apenas à vida e às possessões materiais, sendo estes os maiores tolos ou piores criminosos. Afirma que não deve haver superiores entre os cristãos. Não existe superior entre os cristãos, à exceção de Cristo. O governo dos sacerdotes e bispos é um serviço e um ofício, é um fomento da Palavra de Deus. E os cristãos não podem ser governados por nada que não