Fichamento livro J.D. Nasio
688 palavras
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Para que uma dada parte do corpo assuma a condição de objeto de desejo, havíamos estabelecido as três condições do desligamento objetal (pregnância imaginária, bordas erógenas e demanda dupla) e mostrado, em seguida, como se criava o objeto do desejo como objeto alucinado. É aí, no próprio fato da alucinação, que se produz o mecanismo formador de qualquer fantasia: o sujeito torna-se objeto.Para Freud, a fantasia tanto era consciente quanto inconsciente, à maneira de uma formação psíquica em constante movimento. Ela a chamava de “preto-branco”, para mostrar que a fantasia muda ininteruptamente de registro, num vaivém entre o consciente e o inconsciente. Ora, podemos constatar que, em geral, a fantasia permanece inconsciente.
(...)fantasia, se alinha a diferentes tipos de produções fantasísticas, dentre elas as fantasias originárias, outras mais circunstanciais, ligadas a determinada fase de análise, e, acima de tudo, algo que raramente é mencionado como fantasia: a própria transferência.
Referenciais:
A fantasia comporta: uma cena, personagens – em geral pouco numerosos -, uma ação um afeto predominante e a presença, na cena, de uma parte definida do corpo.
A fantasia se exprime, não somente através do relato do analisando, mas, por vezes, em suas ações, seus sonhos e seus devaneios.
A fantasia exprime-se através de um relato ou de um ato que se repete e que, em geral, permanece inesquecível. Ele se repete no contexto de uma sessão, de várias sessões de análise, ou até ao longo da vida do sujeito.
Trata-se de um roteiro que analisando detalha minuciosamente, mas que considera enigmático. Ele descreve todos os seus aspectos, sabe estar intimamente implicado e até reconhece a emoção que essa fantasia desperta nele. Sua fantasia, vez por outra, é o estímulo necessário, o desencadeador que permite obter prazer de um orgasmo. A despeito de sua implicação, o sujeito vive a fantasia como um elemento enxertado, que se impõe e se repete independentemente de sua