Fichamento - Linguística e Poética de Jakobson
São Paulo: Cultrix, 2003.
Roman Jakobson afirma que a Poética pode ser encarada como parte integrante da Linguística. Para defender esta ideia ele argumenta que “A Poética trata dos problemas da estrutura verbal, assim como a análise de pintura se ocupa da estrutura pictorial. [...] a Linguística é a ciência global da estrutura verbal.” (1969, p. 118).
Paralelamente a tal análise, Jakobson foi solicitado a responder uma pergunta fundamental (1969, p. 119): “Que é que faz de uma mensagem verbal uma obra de arte?” O autor propõe um modelo de seis funções de comunicação como resposta: Emissora (remetente, codificadora), Receptora (destinatário, decodificadora), Código, Canal (contato), Referente (contexto) e Mensagem; que são correspondentes, respectivamente, às funções: Emotiva, Conativa, Metalinguística, Fática, Referencial e Poética (1969, p.123). Em suas próprias palavras:
“O Remetente envia uma Mensagem ao Destinatário. Para ser eficaz, a mensagem requer um Contexto a que se refere (ou “referente”, eu outra nomenclatura algo ambígua), apreensível pelo destinatário, e que seja verbal ou suscetível de verbalização; um Código total ou parcialmente comum ao remetente e ao destinatário (ou, em outras palavras, ao codificador e ao decodificador da mensagem); e, finalmente, um Contato, um canal físico e uma conexão psicológica entre o remetente e o destinatário, que os capacite a ambos a entrarem e permanecerem em comunicação”.
Cada um desses seis fatores corresponde a uma função de linguagem. A estrutura verbal de uma mensagem depende, basicamente, da função predominante. Logo, conclui-se que há uma diferente ordem hierárquica de funções, tendo em vista que não há mensagem verbal que preencha apenas uma única função. Desta forma temos:
Função Referencial, centrada no Referente, é evidenciada pelo foco no Contexto e reconhecível pela terceira pessoa (ele, ela, eles, elas).
Função Emotiva, centrada no Remetente, tende a