Fichamento- Investigação sobre o entendimento Humano
Hume, David. Investigação sobre o entendimento Humano. São Paulo. Editora UNESP
Hume inicia apontando as vantagens e desvantagens relativas das ciências matemáticas e das ciências morais. Ele fala que a ciência da matemática é uma clara e determinada, nunca vamos “tomar uma oval por um círculo”, assim uma ideia sempre expressa à mesma ideia, sem ambiguidade ou variação. Diferente na ciência moral que há obscuridade das ideias e a consequente ambiguidade dos termos. Dado que também nas ciências morais não há ideias “mais obscuras e incertas do que as de poder, força, energia ou conexão necessária”. Nessa seção Hume tratará de investigar essas ideias e tentará “fixar, se possível, o significado desses termos”. A primeira fonte possível dessa ideia são os objetos externos. “Quando olhamos para os objetos ao nosso redor e consideramos a operação das causas, jamais somos capazes de identificar, em um único caso singular, qualquer poder ou conexão necessária, qualquer qualidade que ligue o efeito à causa e torne o primeiro uma consequência infalível da segunda. Descobrimos apenas que, de fato, o efeito se segue efetivamente à causa. O impulso da primeira bola de bilhar é acompanhado do movimento da segunda, e isto é tudo o que aparece a nossos sentidos externos. Jamais podemos falar qual efeito resultará de um objeto quando ele nos aparece pela primeira vez. Ora, se o poder ou energia de uma causa qualquer fosse discernível pela mente, seríamos capazes de prever o efeito mesmo sem nenhuma experiência, e poderíamos desde o primeiro momento pronunciarmo-nos sobre ele com segurança pelo simples recurso ao pensamento e raciocínio.” Como as operações dos objetos externos não podem, em casos particulares, fornecer-nos nenhuma ideia de poder ou conexão necessária, Hume passa a examinar se tal ideia proviria das “operações de nossas próprias mentes”, que podem ser de dois tipos: a ação da vontade sobre o corpo e sobre as próprias