Fichamento governamentabilidade - foucault

Governamentalidade

Foucault tentará analisar a relação entre segurança, população e governo.

Na idade média ou na antiguidade existiram tratados que aconselhavam príncipes quando ao modo de se comportar, de exercer o poder, de ser aceito e respeitado pelos súditos, etc. Mas a partir do século XVI até o final do XVIII, vê-se desenvolver uma série considerável de tratados que se apresentam não mais como conselhos aos príncipes, nem ainda como ciência da política, mas como arte de governar. A literatura anti-maquiavel vai querer substituir o tratado de habilidades do príncipe em conservar seu principado por uma arte de governar. Um dos autores que vai trabalhar em cima de tal ideia é La Perriere, que entre os pontos importantes que Foucault analisa, temos: 1- o que ele entende por governante e governar: existe vários governos e relação aos quais o do príncipe governando seu Estado é apenas uma modalidade. Porém, esses governos está dentro do Estado ou da sociedade. Portanto, há uma pluralidade de formas de governo e imanência das práticas de governo com relação ao Estado. É certo que entre todas essas formas de governo, que se cruzam, que se imbricam no interior da sociedade e do Estado, uma forma é bastante especifica: trata-se de definir qual é a forma particular que se aplica a todo o Estado. Há três tipos de governos, cada um se referindo a uma forma específica de ciência ou de reflexão. O governo de sim mesmo, que diz respeito à moral; a arte de governar adequadamente uma família, que diz respeito à economia; a ciência de bem governar o Estado, que diz respeito à política. Mas apesar dessa tipologia, as artes de governar postulam uma continuidade essencial entre elas. Enquanto a doutrina do príncipe ou a teria jurídica do soberano procura incessantemente marcar uma descontinuidade entre o poder do príncipe e as outras formas de poder, as teorias da arte de governar procuram estabelecer uma continuidade, ascendente e descente. Continuidade