Fichamento Fernando Pessoa
MOISÉS, Massaud. “Fernando Pessoa: o espelho e a esfinge”. São Paulo: Circulo do livro, 1989. PP. 83-95
Fichamento :
A multiplicação de personagens fictícios não ocorre apenas com Fernando Pessoa, outros escritores como Camões também usaram um personagem, um eu lírico diferente a si. Porém com Pessoa cada Heterônimo além de nomes tem vida própria, idade, caráter, personalidade e visão do mundo.
“Cada heterônimo é uma entidade autônoma, com caráter próprio, vida própria, e uma visão pessoal do mundo não obstante se completarem entre si e mais o seu criador numa unidade na diversidade, como já apontara Jacinto do Prado Coelho em 1949, em sua diversidade e unidade em Fernando Pessoa” (P.84).
Várias hipóteses são estudadas para explicar os heterônimos de Fernando Pessoa, ora por cartas que o poeta escreveu para Adolfo Casais Monteiro, ora por estudos feitos por João Gaspar Simões e Eduardo Lourenço.
“A origem dos meus heterônimos é o fundo traço de histeria que existe em mim. Não sei se sou simplesmente histérico, se sou mais propriamente, um histeroneurastênico. (...) Seja como for, a origem mental dos meus heterônimos está na minha tendência orgânica e constante para a despersonalização e para a simulação”. (P. 84). Mas na verdade não há como identificar ao certo o porquê desses personagens, pois na carta citada, onde Fernando Pessoa fala sobre os heterônimos e seu perfil psiquiátrico dando certa explicação sobre o porquê dos personagens ele tanto pode está falando a verdade, como pode está inventando a respeito de si. Existe sempre a dúvida em relação à carta e os heterônimos. Como é visto na página oitenta e cinco, Tantos nas poesias como nas cartas a sinceridade de Pessoa consistiria em um mascaramento.
“(...) Sua sinceridade consistiria precisamente nesse mascaramento, ainda quando tratasse de questões mais sérias. E mascaramento significa que estava sendo sincero naquele momento.” (P. 85).
Em uma de suas cartas