Fichamento Favela Federal
“O censo de 2010 identificou 11,5 milhões de moradores em favelas, 5 milhões a mais em relação a 2000”. (Parágrafo 01)
“O símbolo da favelização do Distrito Federal, da qual Brasília também é a capital, é a comunidade do Sol Nascente, a 35 quilômetros da Praça dos Três Poderes. Sua certidão de nascimento é de 2008, mas o parto aconteceu dez anos antes, por obra de invasões de terras e de grileiros. Até então, tratava-se de um conjunto de chácaras na cidade-satélite de Ceilândia. Hoje, quase todos os imóveis são ilegais. Com 56 mil habitantes no Censo de 2010, é a segunda maior favela do País, só atrás da Rocinha, no Rio, e seus 69 mil moradores”. (Parágrafo 02)
“No Sol Nascente e em sua irmã gêmea Pôr do Sol (8 mil habitantes), mais da metade dos domicílios não têm coleta de lixo e só 6% estão ligados à rede de esgoto. A ausência de saneamento é a maior queixa do eletricista Gilvaneto Saturnino. Aos 42 anos, é um dos mais antigos no bairro. Chegou em 1979, no tempo das chácaras. Ele, a mãe e tios fugiam da seca e do desalento de Araripina, no Sertão pernambucano, e guiaram-se pelas ilusões da jovem capital. “Aqui cresceu muito, mas o governo não faz benfeitorias, só vi uma, a água”, diz Saturnino. “Gosto daqui, porque é um lugar mais reservado, mais tranquilo. Posso sair e deixar a porta aberta que não acontece nada”. (Parágrafo 04)
“Dirigir no bairro é uma aventura. Só 9% das ruas são asfaltadas. O governo local promete fazer uma licitação em janeiro para pavimentar terras e buracos. Prédios públicos são raros. Não há posto de saúde, delegacia, Correios. A única escola pública, inaugurada em 2009, é a solitária construção estatal. Por isso, tornou-se referência para tudo. Lá, conta o diretor Robson dos Santos Gomes, os moradores buscam orientação sobre transporte público, problemas fiscais ou de saúde. Com 1,3 mil alunos, atende apenas 20% da demanda”. (Parágrafo 05)
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