FICHAMENTO EULALIA
‘‘[...] A fala de Eulália não é errada: é diferente. É o português de uma classe social diferente da nossa, só isso – explica Irene’’ [Pág. 14]
‘‘É por isso — prossegue Irene — que nós lingüistas dizemos que toda língua muda e varia. Quer dizer, muda com o tempo e varia no espaço.’’ [Pág. 21]
‘‘[..]nossa escola não reconhece a existência de uma multiplicidade de variedades de português e tenta impor a norma-padrão sem procurar saber em que medida ela é na prática uma ‘Língua estrangeira’ para muitos alunos, senão para todos.’’ [Pág. 29].
‘‘[...] vamos incluir também a aceitação de uma língua diferente da nossa, mas que tem tanto parentesco com ela. Vamos ser humildes e tentar ver o quanto os falantes do português não-padrão têm a nos ensinar sobre nós mesmos. ’’ [Pág. 33]
‘‘Ela tem palavras usadas por pessoas que, como bem disse a Vera, sofrem com as injustiças sociais, nunca puderam ir à escola aprender a língua literária, escrita, dos “ricos”, e falam um português diferente do nosso. Mas, como estamos vendo, a língua delas não tem problema nenhum: é coerente, segue as tendências naturais do português e tem uma lógica histórica. — O problema dessas pessoas, então — conclui Sílvia —, não é lingüístico, é social? ’’ [Pág. 47]
‘‘[...] Mas o conhecimento dessas regras serve para que fiquemos mais atentas às diferenças que existem entre as duas variedades... Diferenças que quase sempre, infelizmente, são logo consideradas “erros” por quem não consegue compreender a lógica que existe