Fichamento do texto: documentação em serviço social: debatendo a concepção burocrática e rotineira
Introdução
A documentação tem a importante tarefa de oferecer subsídios para análise e a intervenção do Serviço Social na realidade. É parte da sistematização de dados para o desenvolvimento teórico-prático profissional. No entanto, historicamente, ela vem cumprindo o desagradável papel de controle sobre a ação dos profissionais nos espaços institucionais, ou é entendida pelos próprios assistentes sociais como um instrumento de cunho meramente administrativo. O que se observa é que essas duas formas de ver a documentação se relacionam intimamente com a burocratização que impregna o nosso trabalho. (p.65)
[...] costumamos tratar a documentação apenas como um apanhado de informações úteis ao pronto atendimento de uma necessidade trazida pelos usuários da instituição e/ou como uma obrigação para justificar ou prestar contas de nossa ação junto à direção, reforçando, assim, seu caráter controlista. (p.65)
[...] isso contribui para reiterar a equivocada dificuldade dos profissionais em relacionar teoria e prática, aspecto historicamente mal entendido da profissão, [...]. (p.65)
1. Relação teoria-prática: um debate necessário para entender o papel da documentação
[...] não há uma separação estanque entre teoria e prática. (p.66)
A teoria e a prática constituem [...] aspectos inseparáveis do processo de conhecimento e devem ser consideradas na sua unidade, levando em conta que a teoria não só se nutre na prática social e histórica como também representa uma força transformadora que indica à prática os caminhos da transformação. (p.66)
Na tradição marxista, em suas várias vertentes, encontramos a defesa da unicidade entre razão filosófica e realidade social, que possibilita a ultrapassagem da histórica separação entre o conhecer e o agir. Trata-se da superação das dicotomias da metafísica, já que, nessa concepção, a razão penetra a realidade,