Fichamento do texto arquitetura – lucio costa
COSTA, Lucio. Arquitetura. Rio de Janeiro: José Olympio, 2002. p. 17-23.
A arquitetura, como a história da arte apresenta, sempre foi parte essencial no processo de criação artística como expressão normal de vida. É por meio dela que se torna possível refazer os caminhos trilhados até o tempo que ficou vivo para sempre por estar profundo na arte. Para entender verdadeiramente o que é arte, é necessário diferenciar sua essência e origem.
Se a origem da arte é interessada, pois depende de diversos fatores como o meio físico, a época, a técnica utilizada, entre outros, é verdade que na sua essência é expressão isenta, pois nos processos de escolhas da criação da obra ela tão somente intervém e escolhe.
Enquanto a criação científica segue a demarcação inteligível, como intermediária do homem com outros fatores naturais, a criação artística é criadora genuína desse mundo à parte e pessoal, pois anteriormente não havia e igual nunca irá refazer. O artista sempre trabalha apenas para si mesmo, independente “para quem trabalha”, pois seu alimento é a sua arte, mesmo que deseje a admiração e a repercussão.
A arquitetura é construção, mas com o objetivo de organizar o espaço para determinada finalidade e com uma intenção específica. É nesse processo de organização que ela se manifesta igual arte plástica, pois até o final da obra há em cada caso, certa margem de escolha entre os limites e cabe ao arquiteto decidir, na escala de valores entre limites extremos, a forma plástica adequada à obra. A arquitetura também depende do programa que lhe foi proposto, ou seja, do meio físico e social, da técnica dos materiais, dos objetos desejados e dos recursos financeiros. Assim, se a arquitetura não é coisa complementar utilizada para realçar o edifício, também não é a satisfação de exigências de ordem técnica e funcional. Enquanto atende somente imposições técnicas e funcionais, não é arquitetura ainda. Mas quando todas as