Fichamento do livro “O direito à preguiça”, de Paul Lafargue
“O direito à preguiça”, de Paul Lafargue
por
Erica Natalia Moura Dourado, Comunicação Social
Economia, professor Nelson Levy
Em 27/10/2014
2014.2
O Direito à Preguiça, por Paul Lafargue
I – UM DOGMA DESASTROSO
“Na sociedade capitalista, o trabalho é a causa de toda degeneração intelectual, de toda deformação orgânica. Comparem o puro-sangue das estrebarias de Rothschild, servido por uma criadagem de bímanos, com aquele rude animal das fazendas normandas, que trabalha na terra, transporta o estrume, carrega a colheita ao celeiro. Observem, primeiramente, o nobre selvagem, que os missionários do comércio e os comerciantes da religião ainda não corromperam com o cristianismo, com a sífilis e o dogma do trabalho, e, em seguida, comparem-no com nossos miseráveis servos de máquinas.”
“Cristo, em seu sermão na montanha, pregou a preguiça: 'Contemplai o crescimento dos lírios dos campos: eles não trabalham nem fiam, e não obstante, digo-vos, Salomão, em toda a sua glória, não se vestiu com maior brilho.'
Jeová […] forneceu aos seus adoradores o exemplo supremo da preguiça ideal; depois de seis dias de trabalho, repousou para a eternidade.”
“O proletariado […], a classe que, ao emancipar-se, emancipará a humanidade do trabalho servil e fará do animal humano um ser livre, o proletariado, traindo os seus instintos, esquecendo-se da sua missão histórica, deixou-se perverter pelo dogma do trabalho. […] Todas as suas misérias individuais e sociais nasceram da paixão pelo trabalho.”
II – BÊNÇÃOS DO TRABALHO
“Para extirpar a preguiça e curvar os sentimentos de orgulho e independência que esta gera, o autor de Essay on trade propunha aprisionar os pobres nas casas ideais do trabalhador (ideal workouses), que se tornariam 'casas de terror' onde se trabalhariam 14 horas por dia, de tal forma que, excetuando o tempo das refeições, ficariam 12 horas completas de trabalho.”
“E dizer que os filhos dos