Fichamento do livro Força de lei
Derrida, Jacques. Força de lei: o fundamento místico da autoridade. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.
O autor inicia seu livro levantando um questionamento sobre desconstrução e a possibilidade de justiça, e transpassando a ideia de direito e justiça como conceitos diferentes. Questiona durante esse início se a desconstrução permite a possibilidade da justiça, posteriormente o mesmo mencionará que a desconstrução é a justiça, e explicará mais a diante que o direito é passível de desconstrução, enquanto a justiça não é desconstrutível, uma vez que a própria é a desconstrução.
Derrida utiliza-se da expressão do inglês, to enforce the Law, para dar início ao seu raciocínio de que a força presente nessas palavras em inglês assegura a existência do Direito, pode-se resumir essa ideia na seguinte citação do autor: “Existem, certamente, leis não aplicadas, mas não há lei sem aplicabilidade, e não há aplicabilidade ou ‘enforceability’ da lei sem força, quer essa força seja direta ou não, física ou simbólica,..”(p. 8). Dessa ideia de força asseguradora do Direito surgem problemas acarretados por isso, a se manifestar com a indagação sobre quando uma força é justa. O autor fundamenta sua resposta com base em Pascal, para o qual “A justiça sem a força é impotente [...]; a força sem a justiça é tirânica...É preciso pois colocar juntas a justiça e a força; e, para fazê-lo, que aquilo que é justo seja forte, ou que aquilo que é forte seja justo”(p. 19), e em Montaigne, para quem as leis possuem autoridade pelo simples fato de serem lei, sobre isso Derrida escreve em seu livro “ a justiça do direito, a justiça como direito não é a justiça. As leis não são justas como leis. Não obedecemos a elas porque são justas, mas porque têm autoridade”(p. 21).
Na segunda parte do livro, prenome de Benjamin, após análises sobre Benjamin, solução final do nazismo e sobre o texto de Benjamin, Zur Kritik der Gewalt, Derrida focará na palavra alemã Gewalt, a qual pode