Fichamento Deus inocente a imprensa não
DEUS É INOCENTE A IMPRENSA NÃO
CAPÍTULO 1 – Meio Perfil
Com o 11 de setembro, George W. Bush teve condições de implantar seu projeto político de maneira mais rápida. A mídia colaborou, ignorando massacres, desrespeitando os direitos humanos, vendo a destruição de um país miserável pela maior potência militar do planeta e deu vazão ao patriotismo como senha para a obediência ao poder. A imprensa brasileira foi refém e cúmplice. Este livro ´é uma tentativa de mostrar como a mídia funciona, como constrói e destrói imagens. O papel da imprensa nunca foi tão subalterno, é uma condição que pode se repetir contra qualquer outro país em crise com o poder americano.
• Tambores de Guerra
Os antecedentes no Iraque, a Guerra do Golfo, foram os piores possíveis, pois transformou os jornalistas que estavam cobrindo em meros empregados não remunerados do Estado. Para o exercito, quanto menos a imprensa mostra, melhor. Quem poderia prever uma nova guerra com mais restrições ainda? Contra o Iraque, a imagem que ficou registrada na memória, foram as luzinhas esverdeadas caindo sobre Bagdá. Sem sangue, sem horror. A cobertura pós 11 de setembro se transformou no episódio mais censurado e distorcido em frontes de guerra. Vários colunistas se colocaram a favor da guerra, e muitos artigos foram reproduzidos na mídia daqui. E foi por decisão própria que a imprensa tomou o rumo da guerra. Depois da divulgação do primeiro video de Bin Laden, os principais jornais e revistas se comprometeram a não divulgar os vídeos seguintes na íntegra. Quando outro vídeo surgiu, foi mostrado por alguns. Whashington Posto só mencionou o vídeo, sem citar declarações. O New York Times reproduziu algumas declarações de forma discreta. Em outubro o Pentágono informou que a mídia teria de trabalhar sob censura na cobertura da guerra. Os próprios jornalistas deram um apelido à cobertura da guerra “Síndrome do Marriot”, nome do hotel que hospedava a imprensa na capital do Paquistão, e de onde os