Fichamento de O modo de navegação social: a malandragem eu “jeitinho”. O QUE FAZ O Brasil, Brasil?
REFERENCIAS:
DAMATTA, Roberto. O modo de navegação social: a malandragem eu “jeitinho”. O QUE FAZ O Brasil, Brasil? Rio De Janeiro: Rocco, 1986
"Entre a desordem carnavalesca, que permite e estimula o excesso, e a ordem, que requer a continência e a disciplina pela obediência estrita às leis, como é que nós, brasileiros, ficamos? Qual a nossa relação e a nossa atitude para com e diante de uma lei universal que teoricamente deve valer para todos? Como procedemos diante da norma geral, se fomos criados numa casa onde, desde a mais tenra idade, aprendemos que há sempre um modo de satisfazer nossas vontades e desejos, mesmo que isso vá de encontro às normas do bom senso e da coletividade em geral? “(p.95-97)
As consequenciais disso tudo é uma sociedade desestruturada e uma povo dividido ente o que é certo ou errado.
Entre os dois, o coração dos brasileiros se divide. E no meio dos dois, a malandragem, o"jeitinho" e o famoso e antipático "sabe com quem está falando?"seriam modos de enfrentar essas contradições contrarias ao modo tipicamente brasileiro. Ou seja: fazendo uma mediação também pessoal entre a lei, a situação onde ela deveria aplicar-se e as pessoas nela implicadas, de tal sorte que nada se modifique, apenas ficando a lei um pouco desmoralizada - mas, como ela é insensível e não é gente como nós, todo mundo fica, como se diz, numa boa, e a vida retorna ao seu normal..." (p.97)
Há exemplos da França e Estados Unidos, nas quais as regras são feitas para serem obedecidas e não burladas como acontecem no Brasil, o jeitinho para tudo.
“No caso da malandragem – o uso de “expedientes”, de “histórias” e de “contos-dovigário”, artifícios pessoais que nada mais são que modos engenhosos de tirar partido de certas situações” (p. 64).
“No caso da malandragem – o uso de “expedientes”, de “histórias” e de “contos-dovigário”, artifícios pessoais que nada mais são que modos engenhosos